Há dias
de sagrado ócio
Em que
a vontade é de
Não
fazer mais nada
Só
beber a estridência de estar aqui
Como
quem bebe o canto
De
cigarras e grilos
Brindar
sua canção
Às
vezes tão incômoda
Como a
vida
Esta
vidinha
Que não
trocamos por nenhuma
Das
eternidades.
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Antonio Fabiano da Silva Santos nasceu em 5 de julho de 1979. É natural de Patos-PB, porém cresceu e viveu em Cerro Corá-RN até o ano de seu ingresso na Ordem do Carmelo Descalço (2004), onde passou a chamar-se Frei Fabiano de Santa Maria do Monte Carmelo. Cursou a faculdade de Letras na UFRN e, em seguida, as faculdades de Filosofia e Teologia na PUC de Minas Gerais. É autor de trabalhos nas respectivas áreas e, atualmente, reside em um convento do estado de São Paulo. Apesar de cedo tornar-se conhecido como “poeta” (em 1997 um poema seu, nunca traduzido para o português, foi divulgado em mais de uma emissão radiofônica de Pequim para todo o mundo; no período já era tido e celebrado como poeta, sobretudo nos círculos intelectuais do Seridó), e, embora tenha recebido certo aval de peso da crítica bem antes de publicar versos (basta ler o prefácio de Elizabeth de Sousa Araújo ao seu conto “O Milagre das Rosas” de 1999, e considerar o que disse Maria Lúcia Dal Farra à imprensa natalense em 2000, quando o chama de poeta exuberante”), só mais de uma década depois publicará livros de poesia, levando-se ainda em conta que destruiu , voluntariamente, toda ou quase toda a sua produção dos primeiros anos, nada pequena, em um episódio que ficou conhecido como “julho em chamas”. A poesia de “Sazonadas” e “Girassóis Noturnos” será publicada em 2012, no Rio de Janeiro. Em 2014 publica-se, pela Sarau das Letras, “O Cancioneiro da Terra”, com textos de Wilson Azevedo e Paulo de Tarso Correia de Melo. Agora, também pela Sarau das Letras tem o prazer de colocar nas mãos do leitor este “Na Ponta dos Pés”, livro que, segundo o poeta Ferreira Gullar, “em linguagem fluente” nos “alça acima da banalidade da vida”; ou, de acordo com Antonio Carlos Secchin, confirma e consolida o talento do poeta, e expressa a leveza de uma escrita que toca “um real ambíguo e enigmático, transfigurado pela potência do verbo poético”. Blog [http://antoniofabiano.blogspot.com.br/].