domingo, 7 de junho de 2015

MARCO DO MUNDO [breves excertos] (W.J. Solha)


Hugo Rheinhold's Affe mit Schädel (by Darwin Monkey)


[do Marco, por sobre o branco]


Cabe ao Poeta,
portanto,
avançar,
intrépido,
na página em branco.

E assim é que ele conduz o Marco,
que desde o espelho em preto e branco e do close em bronze,
cresce em luz,

até que ele se dá um tempo entre flamingos e gringos  -
só de domingos - após a criação da série de vitrais magistrais,
que serão trailers do Jardim Fechado, Hortus Conclusus,
Enclosed Garden, Huerto Cerrado,
no qual the days of wine and roses significarão    que
no piso three eight four nine,
el sueño, até então considerado  inalcanzable,
de unir o desejo - art du diable - com the divine,
será,
finalmente,
alcançado,
no espaço fora do tempo,
extraordinário,

em que un variegato universo simbolico confonde Il reale e
l’immaginario,
l´espace utérin
que somente le Verbe  divin
peut traverser
sans le  violer.


* * *

[do deus emerso]


Daí que
Existe Deus,
diz o Poeta.
E completa:
Não como Cronos no trono,
mas como o Tempo:
sem... templo.

E é para ele que estende,
então,
a pista de circunvalación,
e,
de dentro do centro de la bruma de los siglos,
faz emergir la Custodia de plata y oro em que o Sol esplende.

* * *






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W. J. SOLHA [1941] nasceu em Sorocaba-SP, tendo, desde 1962, se radicado em João Pessoa-PB. É autor de vasta e premiada obra literária: Prêmio Fernando Chinaglia (1974), Prêmio INL (1988), Prêmio João Cabral de Melo Neto (UBE, 2005), Prêmio Graciliano Ramos (UBE, 2006), entre outros. É também autor teatral, ator e artista plástico. No cinema, participou, dentre outros, dos filmes: O salário da morte (1971); A canga (2001); Bezerra de Menezes: o diário de um espírito (2008), O som ao redor (2012); Era uma vez eu, Verônica (2012 – prêmio de melhor ator coadjuvante do Festival de Brasília/2012). Publicou, dentre outras obras: [prosa] Israel Rêmora (Record, 1975); A Canga (Moderna, 1978; Mercado Aberto, 1984); A Verdadeira História de Jesus (Ática, 1979); A Batalha de Oliveiros (Itatiaia, 1989); História Universal da Angústia (Bertand, 2005); Relato de Prócula (A Girafa, 2009) [poesia] Trigal com Corvos (Palimage-Imprell, 2004); Marco do Mundo (Ideia, 2012); Esse é o Homem (Ideia, 2013).






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