Wheat Field with Crows – Vincent van Gogh |
[do
tempo]
Conto
no
entanto
com
o Tempo
essa
poderosa
inflexível
lenta
enigmática
e
colossal
conseqüência do avanço da máquina do mundo
travada
em marcha única ( apesar das urgências
e emergências ou ausência
de expectativas de todo tipo
que nos têm dado a ilusão de que ele
às vezes urge
ou muge )
[...]
*
* *
[da
iminência precária de tudo]
Fascina-me
esse quê de provisório e de precário e de iminência trágica
de tudo
e que alguém
de repente
passe
toda essa violência aos violinos
violoncelos
violões
e as trombadas e tromboses pras trombetas e trombones
e que em vez
de gritar
cante
e em vez de correr
dance
ou faça como eu
que acabo vendo graça nisso
e poesia!
* * *
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# LEIA TAMBÉM:
* ESSE É O HOMEM [breves excertos] (W.J. Solha)
* MARCO DO MUNDO [breves excertos] (W.J. Solha)
W. J. SOLHA [1941] nasceu em Sorocaba-SP, tendo, desde 1962, se radicado em João Pessoa-PB. É autor de vasta e premiada obra literária: Prêmio Fernando Chinaglia (1974), Prêmio INL (1988), Prêmio João Cabral de Melo Neto (UBE, 2005), Prêmio Graciliano Ramos (UBE, 2006), entre outros. É também autor teatral, ator e artista plástico. No cinema, participou, dentre outros, dos filmes: O salário da morte (1971); A canga (2001); Bezerra de Menezes: o diário de um espírito (2008), O som ao redor (2012); Era uma vez eu, Verônica (2012 – prêmio de melhor ator coadjuvante do Festival de Brasília/2012). Publicou, dentre outras obras: [prosa] Israel Rêmora (Record, 1975); A Canga (Moderna, 1978; Mercado Aberto, 1984); A Verdadeira História de Jesus (Ática, 1979); A Batalha de Oliveiros (Itatiaia, 1989); História Universal da Angústia (Bertand, 2005); Relato de Prócula (A Girafa, 2009) [poesia] Trigal com Corvos (Palimage-Imprell, 2004); Marco do Mundo (Ideia, 2012); Esse é o Homem (Ideia, 2013).