forno a
lenha,
vapores
senis
dos
fantasmas libertos,
um
alguidar esquecido na despensa.
Ao som de portas moventes,
Ao som de portas moventes,
cristaleiras
emitindo
madeirices
e flores antigas.
Uma máquina de costura
Uma máquina de costura
que
cerziu tantas saias de tantas
tias
tontas ao léu:
umas
mortas; outras virgens.
No seu quarto,
No seu quarto,
a cama
com felpuda colcha de
linha
de trem partido há
décadas
de ausência lendária
ensinando
rezas e poesias
com os
olhos verdes verdes.
Tanto tempo vivido
Tanto tempo vivido
e os
açudes sangram
pra dentro do seu chapéu vazio.
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# LEIA TAMBÉM:
- É um pássaro [Iara Maria Carvalho]
- Coração violento [Iara Maria Carvalho]
- Redenção [Iara Maria Carvalho]
pra dentro do seu chapéu vazio.
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Iara Maria
Carvalho nasceu em 1980, em Currais Novos, Seridó norte-rio-grandense. É
graduada em Letras e mestra em Estudos da Linguagem, pela UFRN. Atua como
agente cultural em sua cidade, através do Grupo Casarão de Poesia. Como poeta,
venceu o 3º Concurso de Poesia Zila Mamede (Parnamirim/RN, 2006) e obteve a 3ª
colocação no Concurso Nacional de Poesia Helena Kolody (Curitiba/PR, 2010),
dentre outros concursos. O Presente poema consta do livro Milagreira, publicado por
Casarão de Poesia Edições (2011) - grupocasarao@gmail.com.